"Olhos de dezembro, olhos finais
Olhos de cansaço, olhos da paz
São teus sinais, olhos teus, claros demais
Por eles vou recomeçar
Olhos enfeitados, olhos natais
Olhos de presentes, olhos fatais
São como os meus, olhos teus
São meus sinais
Vão me levar até o cais
Olhos do oriente, olhos judeus
Olhos palestinos, índios, ateus
Luz do olhar de qualquer lugar
São teus sinais, são olhos meus
Olhos do ocidente, olhos cristãos
Olhos africanos, latinos irmãos
Olhos negros, americanos
Vão ancorar no mesmo cais
Olho amarelado, verde, azul
Vermelho, molhado, olho do sul
A minha alma, meu amor e a minha voz
São olhos meus, são teus sinais
Olho adocicado feito de mel
Olho encharcado sob o véu
A mesma dor, mesmo mar, olhos iguais
Um olho só, um grande cais"
(Rubens Nogueira/ Consuelo de Paula)
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