13 dezembro 2010

Quando fui chuva




"Quando já não tinha espaço pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer acomodei
Minha dança os meus traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha sem ser tua

Quando já não procurava mais
Pude enfim, nos olhos teus vestidos d'água
Me atirar tranqüila daqui
Lavar os degraus, os sonhos e as calçadas

E assim no teu corpo eu fui chuva
Jeito bom de se encontrar
E assim no teu gosto eu fui chuva
Jeito bom de se deixar viver

Nada do que eu fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra a tua boca

E mesmo que em ti me perca
Nunca mais serei aquela
Que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela

Quando já não procurava mais
Pude enfim, nos olhos teus vestidos d'água
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos e as calçadas

E assim no teu corpo eu fui chuva
Jeito bom de se encontrar
E assim no teu gosto eu fui chuva
Jeito bom de se deixar viver."

(Luis Kiari e Caio Soh)



- Não me deixe morrer de saudades novamente! :)

“Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, e falta de ar."

Clarice Lispector.

Show - POUCA VOGAL

por Rosana

"Deve haver alguma coisa que ainda te emocione..." (Pouca Vogal)

- O show conseguiu ser dez vezes melhor que o dvd. :)

- Show em Varginha - 26/11/2010


Show - MARIA GADÚ

Por Rosana

"Há quem decore a vida na ponta da língua
Outros rabiscam o próximo passo
Na ponta do acaso
Aqui, nessa estação, onde um outonoInstrumental inspira a queda das
Palavras, minha força escorre poemas
Pelo cedro desse palco, assim como
Meus pés cravam a fidelidade aos 
Sonhos desses guris atrevidos que
Aqui brotarão virtuosos, aguerridos
Com seus estilingues de cordas
Vocais de nylon e de aço, apedrejando
A covardia dos homens secretos a si
Fábula em partituras da Gata de Botas!
Maria e seus Joões cantam o caminho
De volta para o íntimo
Hasteiam leves uma bandeira
Toda bordade de mocidade,
Doces rendas melódicas, ponto a ponto
Terras descobertas, a cada acorde
Um ensaio para acordar
Um moço jeito de existir
Sem a intenção de trocar de mundo,
Apenas unir quem não coube
Em sua acidez.
Inventamos aqui, nesse solo fértil,
Veraneio da arte, palco do palhaço." (Caio Soh)


- Show em Alfenas - 25/11/2010