25 julho 2012
Frio
"Faz frio, minha amiga.
Frio que vem da nevasca forte
... Que sai da boca das palavras despidas de amor.
Que vem da solidão da noite insone
A espiar, catatonicamente, o nada.
Frio que vem do cume coberto de neve
Da montanha branca e sozinha. Sempre sozinha,
Como aqueles que se colocam no alto.
Faz frio, minha amiga.
Frio que vem da chuva gélida dos insensíveis.
Que vem das geleiras dos corações
Desertos e vazios a se quebrarem.
Que vem das mãos fechadas;
Dos braços calados e dos sorriso ausente.
Que vem pela estrada daqueles
Que caminham ensimesmados
E não vêem sequer as paisagens
Que passam por perto.
Faz frio, minha amiga.
Frio que vem da distância que separa do munso
Os desamados, os carentes e os que não sonham.
Que vem do castelo dos soberbos
Muito ricos de conhecimento e se bastam a si.
Frio que vem da perfeição dos que não erram,
Não pedem perdão e não se perdem nunca.
Frio que vem do futuro daqueles
Que não olham para trás.
Faz frio, minha amiga.
Frio que, talvez, venha de nós."
(Gildes Bezerra)
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